![]() |
| Suzana Cabral |
A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta segunda-feira
mandado de busca e apreensão em imóveis de Susana Neves, ex-mulher do
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Ela é acusada de ocultação de
patrimônio e foi conduzida coercitivamente em janeiro, no âmbito da Operação
Eficiência.
Os mandados estão sendo cumpridos em Araras, no Rio, e São
João del-Rei, em Minas Gerais. Segundo o Ministério Público Federal (MPF),
Suzana comprou, em nome de sua empresa Araras Empreendimentos Consultoria e
Serviços Ltda, um imóvel em São João del-Rei por 600 mil reais sem que,
aparentemente, tivesse recursos de origem lícita compatível.
O MPF apura se o imóvel está sendo utilizado para guardar
bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da organização chefiada por
Cabral, como obras de arte. Informantes relataram que, nos meses de janeiro e
fevereiro de 2017, houve o descarregamento de um “contêiner de quadros” na
casa.
Segundo as investigações, a Receita Federal detectou que a
empresa da ex-mulher de Cabral teve movimentação financeira incompatível com a
receita bruta declarada e “distribuiu lucros e dividendos incompatíveis com as
receitas auferidas, nos exercícios de 2007 a 2009 e de 2011 a 2015”. De acordo
com o MPF, as investigações revelaram que a sede da empresa é a própria
residência de Suzana, na Lagoa, Zona Sul do Rio, e que não há nenhum empregado
registrado.
Pensão Milionária
Delatores da Operação Lava Jato no Rio, os irmãos Marcelo e
Renato Chebar, entregaram uma planilha detalhando pagamentos de “pensão” e
admitiram que pagaram até contas de cartão de crédito de Susana, no valor de
50.000 reais, além de outras despesas como IPVA, conta de luz, gás e escola. Os
repasses dos delatores para a ex-mulher de Cabral entre 2014 e 2015 somam
274.000 reais.
Nas anotações, Susana era identificada como “manoel”,
“manuel” ou até “motorista-manuel” para se referir aos repasses em dinheiro em
espécie para ela buscados pelo motorista da família, Manoel. Susana também
aparece com o codinome “Susi” nas planilhas de pagamentos dos operadores de
Cabral, que somavam 883.000 reais entre 2014 e 2016.
Diante disso, o MPF pediu e o juiz Marcelo Bretas autorizou
a condução coercitiva de Susana em janeiro para descobrirem o nível de
conhecimento que ela tinha da organização criminosa. O advogado Sérgio Riera,
defensor da ex-mulher de Cabral, afirmou que ela não sabia a origem dos valores
a ela repassados.
Fonte: VO
Tags
Nacional



