Cansados de esperarem por uma solução do impasse envolvendo
a Prefeitura de São Fidélis e o Hospital Armando Vidal, moradores de São
Fidélis estão se mobilizando pelas redes sociais para fazerem uma manifestação
pacífica nesta sexta-feira (05/05). O ato foi marcado para acontecer às 18h em
frente ao Hospital Armando Vidal. “Ou todos nos unimos por uma só causa, ou
cruzamos os braços e esperamos o pior acontecer”, diz parte da convocação que
está sendo compartilhada.
Sem receber o 13º salário de 2015, parte do de 2016 e os
salários de fevereiro, março e abril deste ano, os funcionários do hospital
decidiram entrar em greve em uma assembleia feita junto com o Sindicato dos
Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campos. O número de
funcionários também foi reduzido.
A Justiça do Trabalho determinou o bloqueio no valor de
R$1.200.000,00 da conta da Prefeitura Municipal de São Fidélis para que seja
feito o pagamento de salários atrasados dos funcionários. A decisão foi tomada
após o sindicato ter entrado com uma ação coletiva em que coloca a Associação
Hospitalar como ré. Ainda segundo a decisão, em caso de ausência de valores, a
prefeitura deverá informar ao Juiz sob pena de responder por crime de
desobediência, e que será feito o sequestro do valor em caso de ausência de resposta fundamentada.
“Eles estão sem dinheiro para pagar aluguel, luz, água,
escola e comprar comida. Estamos dando apoio e lutando para deliberar o
dinheiro da prefeitura para que seja feito o pagamento dos funcionários. A
prefeitura cumpriu a decisão em parte, pois ainda não depositou todo o
dinheiro. Acredito que o Juiz esteja aguardando o restante para liberar o pagamento,
o que pode acontecer a qualquer momento”, disse Carlos Morales, presidente do
sindicato.
Nota
Em nota, a prefeitura informou que “A verba destinada pelo
Governo Federal para procedimentos hospitalares de urgência, emergência e
internação deve ser repassada apenas para hospitais contratualizados ou
conveniados com o município. O contrato que a prefeitura assinou em 2014 com o
Hospital Armando Vidal foi expirado em dezembro de 2016. Desde janeiro deste
ano, o novo governo tentou através de vários meios renová-lo, porém o hospital
não possui certidões positivas, além de não ter entrado em acordo com nossas
propostas.
Em fevereiro, foi feito um protocolo de intenções, assinado
pela direção do hospital, não validado porque não foi assinado pelo prefeito
Amarildo Alcântara nem foi votado pela Câmara Municipal de São Fidélis. Desta
forma, a prefeitura não tem qualquer obrigação contratual nem mesmo dívidas com
o referido hospital.
Porém, como há situações de urgência e emergência no
município, sendo o Hospital Armando Vidal o único no município, sempre que
houve atendimento nestas áreas, a prefeitura, através da secretaria de Saúde,
gerou uma fatura e a enviou ao Ministério da Saúde. Os procedimentos efetuados
nos meses de janeiro, fevereiro e março totalizaram R$807.133,01. O Hospital
Armando Vidal não solicitou à prefeitura o reconhecimento de dívida para que
pudéssemos pagar este valor. A prefeitura, preocupada com a população, realizou
três depósitos recentemente, em juízo.
O primeiro aconteceu em fevereiro, de R$365 mil, quando a
prefeitura fez uma intervenção para solucionar problemas, como obras inacabadas
e pagar dívidas de funcionários que existem desde 2015, referentes ao 13º
salário. Na semana passada, foi feito novo repasse, no valor de R$435 mil,
totalizando R$800 mil. O terceiro ontem (03/05), do valor restante, atendendo a
mandado judicial. Os pagamentos sempre acontecem em juízo porque não há
contrato entre a prefeitura e a instituição. Cabe ao juiz efetuar o repasse.
As dívidas com os funcionários são dívidas trabalhistas do
hospital, que não dizem respeito nem à prefeitura nem ao atual governo. Em
apenas 40h de intervenção em fevereiro, foi possível pagar o salário de janeiro
em atraso. A intervenção, no entanto, foi suspensa por ordem judicial. A
Prefeitura de São Fidélis se preocupa com a situação porque quer oferecer os
serviços de urgência e emergência à população. Mas a Lei de Responsabilidade
Fiscal exige que o hospital contratualizado tenha certidões positivas”.
Fonte: SFnotícias
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