O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Aécio
Neves (PSDB-MG) e o presidente Michel Temer foram os políticos mais criticados
nas redes sociais nas primeiras 24 horas após a divulgação da lista de
inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF), a partir das delações realizadas pela empreiteira Odebrecht.
É o que diz uma recente análise feita pela Diretoria de
Análise de Políticas Públicas, centro de estudo da Fundação Getulio Vargas do
Rio de Janeiro (FGV-RJ), feita com base em mais de 1 milhão de interações no
Twitter e no Facebook após a divulgação da lista por reportagem do jornal O
Estado de S. Paulo. "A divulgação da lista de alvos de abertura de
inquéritos foi percebida como uma 'bomba atômica'", ressalta o estudo.
Ao todo, foram 300 mil tuítes e 780 mil interações. "A
polarização tradicional entre governo e oposição deu lugar à crítica geral ao
sistema político", destaca a análise. Segundo a pesquisa da FGV-RJ, o
jornal se destacou entre os perfis de mídia que se pronunciaram sobre o tema
nas redes sociais.
Segundo o relatório, "Lula", "Aécio
Neves" e "Michel Temer" são as únicas personalidades políticas a
serem citadas no top 10 de temas nas interações feitas pelo Twitter. No
Facebook, "Lula" aparece em segundo, atrás apenas de
"Odebrecht" - já "Aécio Neves" aparece em sétimo, atrás de
"PSDB", "Senado" e "Operação Lava Jato".
Quando a análise se restringe apenas a atores do cenário
político, Lula novamente lidera em menções no Twitter - sozinho, o
ex-presidente responde por 6,5% dos tuítes feitos nas primeiras 24 horas após a
divulgação da lista de Fachin. O petista é seguido de perto por Aécio, que teve
cinco inquéritos abertos, Temer e a ex-presidente Dilma Rousseff.
Em uma de suas últimas conclusões, o estudo destaca ainda
que é cedo para medir se a lista de Fachin vai impactar a agenda de reformas do
governo Michel Temer.
Judiciário
Enquanto representantes dos poderes Executivo e Legislativo
foram postos em descrença nas redes sociais, o Poder Judiciário apareceu sob
altas expectativas da população. "Uma falha da Justiça nesse sentido pode
levar a um descrédito sistêmico nas instituições com efeitos
imprevisíveis", avalia a análise da FGV-RJ.
Entre os principais atores do Judiciário citados nas redes
sociais, está o juiz Sérgio Moro - único não-político no processo da Operação
Lava Jato que aparece no top 10 de menções no Twitter. Outro que foi bastante
lembrado foi o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que julgou a Ação Penal 470,
no caso do Mensalão.
Segundo a análise da FGV-RJ, Moro é um dos poucos atores que
têm conseguido "capitalizar o momento de crise". Além do magistrado
paranaense, destacam-se neste sentido também o deputado federal Jair Bolsonaro
(PSC-RJ) e o atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).
Confiança
O estudo da FGV-RJ também considera que a lista de Fachin
gerou novo capítulo do debate sobre a confiança nas instituições brasileiras.
Horas após a divulgação da lista, as menções à "crise de confiança nas
instituições" cresceram consideravelmente nas redes sociais.
Fonte: Notícias ao Minuto
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