OAB-RJ garante absolvição de advogado condenado injustamente por tráfico de drogas

 

OAB-RJ garante absolvição de advogado condenado injustamente por tráfico de drogas

A Seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) conseguiu uma vitória definitiva no caso do advogado Caio César de Oliveria Ramos, de 31 anos, que havia sido condenado injustamente por tráfico de drogas e associação ao tráfico, pela 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Em decisão assinada na última semana, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Reynaldo Soares da Fonseca restabeleceu a sentença de primeira instância, na qual o advogado havia sido absolvido, e encerrou definitivamente o processo.

A reversão da condenação é resultado da atuação da OAB-RJ, que atua no caso desde 2014. Um dia antes da decisão, a presidente da Seccional, Ana Tereza Basilio, foi mais uma vez a Brasília para despachar pessoalmente com o relator do caso, ministro Reynaldo Soares da Fonseca, e apresentar os argumentos que apontavam a nulidade da condenação.

A decisão corrige uma injustiça que se arrastava há anos e reconhece a ausência de provas produzidas em juízo contra o advogado. O ministro enfatizou que nenhum dos policiais ouvidos confirmou, em audiência, qualquer ligação de Caio com os crimes e ressaltou que a condenação dos réus agora inocentados não levou em consideração a situação particularizada de cada um.

“A absolvição de Caio é uma vitória da advocacia, da Justiça e do devido processo legal. A OAB-RJ não hesitou em ir a Brasília para garantir que essa voz fosse ouvida. Também é importante reconhecer a sensibilidade e a precisão jurídica do ministro Reynaldo Fonseca, que corrigiu uma distorção grave e reafirmou a importância das garantias fundamentais”, comemorou Ana Tereza Basilio.

Em depoimento emocionado publicado em suas redes sociais, Caio celebrou a decisão e demonstrou enorme alívio com o desfecho positivo do caso. Ele destacou a importância da atuação da Ordem e fez agradecimentos especiais à presidente Ana Tereza Basilio, ao secretário-geral Rafael Borges e à conselheira seccional e vice-presidente da Comissão de Direito Antidiscriminatório, Luciana Silva.

"Desde o momento que tomou conhecimento a presidente abraçou minha causa, compareceu pessoalmente aos tribunais para despachar com os magistrados e foi incansável nessa luta, definitivamente eu não tenho palavras para expressar minha gratidão", escreveu.

Uma história de injustiça e superação

Caio foi preso em 2017 (antes de ser advogado), durante uma operação da PM em uma comunidade do bairro Caonze, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele estava próximo ao local onde drogas e uma arma foram apreendidas, após uma troca de tiros com traficantes. Ele trabalhava em dois empregos como bombeiro civil, com carteira assinada. Mesmo sem antecedentes criminais, ele ficou preso preventivamente por sete meses, mas foi absolvido no julgamento em primeira instância.

Como o Ministério Público recorreu, o caso foi levado à segunda instância, onde Caio foi condenado a mais de 9 anos de prisão. Ele respondeu ao crime em liberdade, voltou a trabalhar, estudou Direito, se formou e foi aprovado no Exame da Ordem. Atualmente, Caio atua como advogado e mantém uma outra atividade como bombeiro civil. Ele é membro da Comissão da Celeridade Processual da OAB/Nova Iguaçu e da Comissão de Direito Antidiscriminatório da OAB-RJ.


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