Uma pesquisa sobre os hábitos de consumo de notícias online
levou à noção de que o WhatsApp está se tornando, cada vez mais, a fonte
preferida dos usuários na hora de obter notícias. Os dados de 36 países levaram
a um total de 15% das pessoas utilizando o mensageiro e o contato com
familiares e amigos na hora de se informar.
Pode parecer pouco, mas de acordo com os pesquisadores do
Instituto Reuters e da Universidade de Oxford, responsáveis pelo estudo, é uma
tendência que vem crescendo significativamente. O WhatsApp, de um ano para o
outro, se tornou o segundo maior sistema usado para obtenção de notícias, atrás
apenas do Facebook, com 47% de preferência e grande declínio ao longo do tempo.
E o motivo é exatamente o que você está imaginando:
preocupados com as notícias falsas compartilhadas nas redes sociais, os
usuários estariam procurando o WhatsApp, e principalmente seus grupos, devido à
familiaridade com quem as envia. Ao receberem dados de familiares e amigos, por
exemplo, eles não cogitariam que, ali, também poderiam estar sendo levadas
adiantes informações incorretas.
O mensageiro é a fonte mais popular de notícias na Malásia,
onde 51% dos participantes do levantamento dizem utilizá-lo não apenas pela
possibilidade de receber informações em primeira mão, mas também pela
possibilidade de discuti-las. Nos Estados Unidos, entretanto, ocorre o inverso,
com apenas 3% considerando o WhatsApp como um bom aplicativo para isso.
A pesquisa também traça um panorama negativo para a
indústria da mídia, com 24% dos participantes afirmando confiarem nas redes
sociais para distinguirem o que é verdadeiro do falso. Entretanto, apenas 40%
disseram confiar no noticiário tradicional para isso, enquanto outros 30%
evitam intencionalmente os meios comuns de informação, citando a falta de
credibilidade e preferindo outros meios para se informar.
É um quadro extremamente negativo e perigoso, principalmente
quando se leva em conta que o WhatsApp não apenas faz parte do Facebook, mas
que seu uso também é estritamente semelhante nesse sentido. O compartilhamento
de informações sem checagem rola solto, e ainda existe o perigo dos
“informantes”, que muitas vezes transmitem notícias em primeira mão, frutos de
mal-entendidos bem-intencionados ou simples tentativas de minar uma discussão
pelo envio de dados mentirosos.
Enquanto o Facebook, em si, pode (e está) fazendo algo para
impedir a proliferação de “fake news”, minando o alcance delas no feed de
notícias, o mesmo não pode ser dito do WhatsApp. Não existem meios de impedir
ou minimizar o alcance de uma mensagem em um grupo ou enviada diretamente ao contato.
Resta, apenas, confiar na pessoa ou realizar a checagem pelos próprios meios.
CNET
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