A jornalista Andrea Neves, irmã do senador tucano Aécio
Neves (MG), deixou nesta madrugada a prisão em Belo Horizonte. A soltura
acontece após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) converter a
prisão preventiva em domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
A Primeira Truma também converteu em prisão domiciliar a
prisão preventiva do ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) Mendherson
Souza Lima e ao primo do tucano, Frederico Pacheco de Medeiros.
Presos na Operação Patmos, deflagrada em 18 de maio a partir
das delações premiadas da JBS, Andrea Neves e Frederico Pacheco de Medeiros
foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República ao STF, ao lado de
Aécio, por corrupção passiva e obstrução de Justiça. Na semana passada, a mesma
Primeira Turma do STF decidiu, por 3 votos a 2, manter Andrea na prisão.
Como medidas cautelares impostas pelo colegiado, Andrea e
Pacheco de Medeiros deverão, assim como Mendherson, entregar seus passaportes.
A jornalista é acusada de ter procurado o empresário Joesley
Batista e pedido a ele 40 milhões de reais. A justificativa dada por Andrea
Neves, segundo o delator, era de que o dinheiro era o valor a ser pago na
compra do apartamento da mãe, no Rio de Janeiro. A transação para o futuro
repasse envolveu Aécio, que, conforme depoimentos da delação do dono da JBS,
teria afirmado que, no caso de emplacar Aldemir Bendine na presidência da
companhia Vale, o próprio Bendine “resolveria o problema dos 40 milhões pedidos
por Andrea Neves”.
As investigações também apontam que foi a irmã de Aécio
Neves quem intermediou o encontro entre o senador afastado e Joesley Batista,
em um hotel em São Paulo, no qual o empresário gravou o tucano pedindo 2
milhões de reais. Na conversa gravada, Aécio e Joesley combinam que o valor
seria entregue por um intermediário da JBS a Frederico Pacheco de Medeiros, o
Fred.
“Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se
você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança”, sugeriu
Joesley ao tucano. “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação.
Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque
ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”, respondeu
Aécio.
Pacheco de Medeiros recebeu o 2 milhões de reais,
fracionados em quatro parcelas de 500.000 reais, das mãos do diretor de
relações institucionais da JBS, Ricardo Saud. A PF filmou três das entregas de
dinheiro na sede da empresa, em São Paulo.
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