O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) apontou
falhas em um contrato para modernização da Linha 11-Coral da CPTM e fez
questionamentos aos responsáveis pelo projeto. O despacho do conselheiro
Antonio Roque Citadini sobre o contrato firmado em 2010 foi publicado nesta
quarta-feira (17) no Diário Oficial do estado. O documento previa a compra de
nove trens, cada um por R$ 33,6 milhões, em um projeto parcialmente financiado
pelo Banco Mundial.
A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos e a
CPTM têm 30 dias para apresentar as justificativas e documentos para esclarecer
os pontos levantados pelo tribunal.
As sucessivas prorrogações da vigência do contrato são
objeto de um dos questionamentos, situação considerada "estranha"por
Citadini. Houve cinco mudanças na data de entrega do projeto, inicialmente
prevista para abril de 2013 e atualmente esperada para outubro de 2018. “Por
que tanta prorrogação?”, questiona o conselheiro.
O conselheiro também aponta possíveis falhas de planejamento
relacionadas à instalação do sistema de controle automático dos trens, conhecido
pela sigla ATC. “A instalação do ATC também está causando atraso. Por que essa
decisão não foi tomada desde o início? O sistema ATC pela proposta, já existia?
Se, não, por que não foi previsto?"

Citadini quer também que a CPTM precise quais foram os
serviços prestados pela empresa contratada, a francesa Alstom , e das
subcontratadas para fornecimento de peças e serviços. A reportagem da Agência
Brasil entrou em contato com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e com
a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, mas não obteve resposta.
Cartel
No início deste mês, a Justiça Federal em São Paulo aceitou
a denúncia contra nove pessoas acusadas
pelo Ministério Público de integrar o chamado cartel dos trens. O grupo é
acusada de usar empresas falsas de consultoria e contas no exterior em um
esquema de lavagem de dinheiro.
De acordo com o Ministério Público, o dinheiro envolvido no
esquema de corrupção vinha da contratação do primeiro trecho (Capão Redondo –
Largo Treze) da linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo.
Entre os réus no caso, estão
ex-executivos, consultores, e ex-dirigentes da CPTM.
Agência Brasil
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