O presidente da Netflix anunciou que a assinatura vai ficar
mais cara nos próximos meses, inclusive para clientes no Brasil. Reed
Hastings disse que a alta será de algo entre um e dois dólares. Atualmente, a
assinatura da Netflix brasileira sai por R$ 16,90 mensais. No pior dos cenários
(alta de 2 dólares), o streaming de séries e filmes passaria a R$ 21,50 para
novos clientes (considerando o câmbio desta quarta-feira).
O escritório da Netflix no Brasil confirmou para a nossa redação o
aumento para os próximos meses, mas negou que tenha o valor fechado da futura
assinatura.
Reed Hastings explicou ontem (16), durante a apresentação
dos resultados financeiros da companhia, que a mudança vale somente para
futuros clientes. Aqueles que já têm uma assinatura vão continuar pagando o
valor atual “por um tempo generoso”, de acordo com o executivo.
O aumento de 2 dólares não chega a ser absurdo. Mas
ainda assim, vai colocar a Netflix em desvantagem na comparação com o Hulu Plus
nos Estados Unidos. A diferença é que este último cobra uma assinatura mensal e
também mostra anúncios entre os episódios de seriados, prática descartada pela
Netflix.
Ainda falando dos 2 dólares, a quantia seria suficiente para
que um internauta assinasse o pacote do Google Drive que dá direito a 100 GB
para salvar arquivos. Ou seja, na economia da internet, não é como se o valor
fosse desprezível.
Para que tal aumento? A Netflix tem intenção de investir
mais em produção de conteúdo próprio. Basta lembrar do sucesso de House of
Cards, drama político que recentemente chegou à segunda temporada. O sucesso da
produção pode ser explicado pela coleta de dados feita pela Netflix. Eles sabem
o que as pessoas assistem, do que gostam, quando pulam uma cena, e quantas
estrelas deram para um episódio. Em posse de tantas informações, são capazes de
produzir conteúdos milimetricamente calculados para divertir ou emocionar. A
HBO, por exemplo, não conta com tal recurso.
Parece que virou moda investir em produções próprias
voltadas para vídeo sob demanda (on demand ou VOD). A Sony pretende lançar
episódios de séries para sua loja virtual. A TV paga europeia Sky também tem a
mesma intenção. Na vanguarda deste negócio, chegou a vez da Netflix pedir mais
dinheiro para futuros seriados.
Em relação aos resultados financeiros, o serviço de conteúdo
em vídeo não tem do que reclamar. Os ganhos no primeiro trimestre foram de US$
53 milhões, frente ao lucro de somente US$ 2,7 milhões no mesmo período de
2013. No mundo todo são 48 milhões de assinantes. Os americanos somam 36
milhões de clientes que pagam mensalmente à Netflix. Procurada por este curioso
repórter, a Netflix brasileira não informou o número de assinantes no país.
Disseram que são mais de 1 milhão de clientes na América Latina.
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