Câmara prepara votação de projeto que muda forma de eleger Deputados e Vereadores

 


A Câmara dos Deputados prepara para as próximas semanas a apresentação de um projeto de reforma política para mudar o sistema eleitoral e instituir o voto distrital misto para deputados. Um dos principais objetivos da iniciativa é dificultar o ingresso de membros de facções criminosas no Legislativo – fenômeno que já preocupa. A expectativa é de que o texto seja votado ainda neste ano pelo Congresso Nacional.

O sistema atual é conhecido como “lista aberta”, pelo qual os eleitores escolhem seus candidatos em um cardápio pré-determinado. No distrital misto, o eleitor vota duas vezes: uma em um candidato obrigatoriamente do seu distrito e a outra em um partido de sua preferência. Metade das cadeiras disponíveis para cada distrito vai para os mais votados e a outra parte é distribuída entre os partidos conforme o total de votos recebidos.

A iniciativa vem sendo costurada há alguns meses pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pelo deputado Domingos Neto (PSD-CE). Eles debateram o tema com juristas, políticos e outros setores da sociedade civil. A ideia, ainda em discussão, é que a texto-base do projeto seja assinado por todos os líderes partidários da Câmara e levado a voto em algumas semanas, para depois seguir ao Senado.

O Senado, aliás, já tem uma proposta de instituição do voto distrital misto. O PL 9.212/17, de autoria do ex-senador José Serra (PSDB-SP), pouco avançou desde que foi apresentado. Uma das possibilidades é de que o texto de Serra seja aproveitado pelos deputados, mas ainda não há definição neste sentido.

Domingos Neto informou que já vem tratando do assunto com alguns senadores, a fim de adaptar o texto e evitar que a tramitação se alongue. Ele também disse que aguardou os prazos da anualidade eleitoral para que, uma vez aprovadas, as novas regras valham apenas para o pleito de 2030.

Os defensores do voto distrital misto sustentam que uma das principais vantagens do modelo é a maior proximidade geográfica entre o eleitor e o deputado, o que facilita a fiscalização do trabalho parlamentar. Segundo Domingos Neto, as falhas do sistema de lista aberta permitiram, ao longo dos anos, o ingresso maciço de “outsiders” e de integrantes de facções criminosas nas casas legislativas Brasil afora.

“As pesquisas mostram que mais de 80% dos eleitores não se lembram dos deputados nos quais votaram nas eleições anteriores. Eles acabam lembrando mais do presidente e do prefeito, tanto pela questão do voto majoritário quanto desse caráter regional”, explicou o deputado, antes de apontar outras vantagens do distrital misto.

Ele lembrou que uma eleição distrital reduziria significativamente os custos de campanha, uma vez que o candidato teria que concentrar a sua propaganda em uma região geográfica menor. Outra vantagem, de acordo com o deputado, seria a maior facilidade para a fiscalização do uso das verbas de emendas.

Atualmente, dezenas de deputados federais são cobrados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a prestarem contas dos recursos que encaminham, por meio de emendas, para os seus redutos eleitorais. “Há um conjunto de vantagens. Se nós temos a clareza de que reformas precisam ser feitas, é necessário discutir para termos condições de construir uma reforma política que ataque os nossos problemas”, disse Domingos. *Com informações da Agência Câmara.


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