MPRJ cumpre mandados contra Estelionatários Espirituais que através de Call Center cobrava até R$ 1,5 mil por orações

 


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª e da 2ª Promotorias de Justiça de Investigação Penal Territorial do Núcleo Niterói, em conjunto com a Polícia Civil, realiza, nesta quarta-feira (24/09), a Operação Blasfêmia, para cumprir três mandados de busca e apreensão em endereços ligados a um esquema de "estelionato espiritual" montado na cidade de Niterói. Ao todo, o MPRJ denunciou 23 pessoas que operavam o chamado "call center espiritual", que responderão pelos crimes de estelionato, associação criminosa, charlatanismo, falsa identidade,  crime contra a economia popular, curandeirismo, corrupção de menores e lavagem de dinheiro.

O grupo era liderado por Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido como "profeta Henrique Santini", que possui mais de 8 milhões de seguidores em suas redes sociais. Segundo a denúncia, ele divulga diariamente promessas de milagres voltados à vida financeira e afetiva dos fiéis e disponibiliza um número de telefone para interessados entrarem em contato direto com ele em busca da resolução para seus conflitos.

De acordo com o MPRJ, entretanto, o atendimento espiritual fazia parte de um esquema de exploração financeira da fé. Dezenas de vítimas foram levadas a crer que falavam diretamente com Henrique Santini, mas, na verdade, estavam em contato com atendentes que simulavam ser ele, utilizando áudios previamente gravados, inclusive com pedidos de contribuição em dinheiro. Segundo a denúncia, os atendentes contratados não possuíam qualquer autoridade religiosa. A denúncia também relata que ao menos sete adolescentes foram aliciados para o esquema.

As investigações revelaram que o grupo mantinha uma estrutura sofisticada de telemarketing religioso, instalada em escritórios de Call Center em São Gonçalo e em Niterói, que contavam com cerca de 70 atendentes contratados por meio de anúncios na plataforma OLX. Ainda segundo a denúncia, o "profeta" e seu grupo movimentaram mais de R$ 3,3 milhões, demonstrando a dimensão financeira da operação criminosa.

Com base nos elementos colhidos, o MPRJ obteve a decretação de sequestro de bens e o bloqueio de R$ 3,3 milhões das contas bancárias do denunciado e de seis empresas vinculadas. A promotoria também requereu à Justiça a fixação de valor para reparação das vítimas e a condenação dos denunciados ao pagamento de danos morais coletivos.

 

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