Em 2024, os brasileiros enfrentaram um aumento significativo
nas fraudes financeiras, com golpes bancários que usam a criatividade e a
tecnologia para fazerem vítimas. Apesar do investimento bilionário em
cibersegurança — que chegou a R$ 5 bilhões em 2024 — segundo Walter Faria,
diretor-adjunto de Serviços da Febraban, o Whatsapp, principal aplicativo de
troca de mensagens usado pelos brasileiros, é o canal também mais usado por
criminosos para aplicar fraudes.
Conheça os 10 golpes mais comuns aplicados contra
clientes bancários em 2024, conforme levantamento da Febraban:
1. Golpes do WhatsApp (153 mil casos): O criminoso
consegue o número e nome da vítima e tenta ativar o WhatsApp dela em outro
celular. Para isso, precisa do código enviado por SMS. Fingindo ser de uma
empresa conhecida da vítima, ele solicita esse código pelo WhatsApp, dizendo
que é para uma verificação ou atualização.
Como se proteger: Ative a “Verificação em duas
etapas” no WhatsApp. Assim, uma senha extra será exigida para acessar sua
conta. Nunca compartilhe essa senha ou códigos recebidos por mensagem.
2. Golpe da falsa venda (150 mil casos): Golpistas
criam sites falsos que imitam lojas virtuais, divulgam promoções enganosas por
e-mail, SMS e WhatsApp e também criam perfis falsos nas redes sociais.
Como se proteger: Desconfie de ofertas muito abaixo
do preço de mercado, promessas exageradas e lojas com poucas opções de
pagamento ou presença recente nas redes. Evite clicar em links suspeitos e
prefira comprar em sites confiáveis e conhecidos.
3. Golpe da falsa central telefônica/falso funcionário
(105 mil casos): O golpista finge ser funcionário do banco ou empresa
conhecida e diz que há problemas na conta. Ele pede dados pessoais e orienta a
vítima a fazer transferências para "resolver" a situação.
Como se proteger: Nunca forneça informações por
telefone ou mensagem sem confirmar a origem. Bancos não pedem senhas, dados ou
transferências para corrigir supostos erros. Em caso de dúvida, desligue e
entre em contato com o banco pelos canais oficiais.
4. Phishing ou pescaria digital (33 mil casos): Nesse
tipo de golpe, o bandido tenta roubar seus dados por meio de e-mails, mensagens
ou sites falsos que parecem confiáveis.
Como se proteger: Evite clicar em links
desconhecidos, mantenha seus dispositivos atualizados e, em caso de dúvida,
entre em contato direto com seu banco.
5. Golpe do falso investimento (31 mil casos): Grupos
falsos criam empresas e perfis em redes sociais para atrair vítimas com
promessas de investimentos rápidos e muito lucrativos. Usam depoimentos
forjados e, às vezes, até pagam pequenos valores no início para ganhar
confiança. Depois, somem com o dinheiro após convencer a vítima a investir
mais.
Como se proteger: Desconfie de lucros fáceis e altos
demais. Pesquise a empresa, veja se é autorizada a operar e fuja de pressões
para decidir rápido. Cuidado com anúncios e contatos em redes sociais.
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6. Golpe da troca de cartão (19 mil casos): Vendedores
mal-intencionados observam sua senha e trocam seu cartão por outro na hora da
devolução. Com isso, usam seu cartão verdadeiro para fazer compras.
Como se proteger: Sempre confira o valor na
maquininha, use você mesmo o cartão e verifique se devolveram o seu. Nunca
entregue o cartão para outra pessoa.
7. Golpe do falso boleto (14 mil): Criminosos
falsificam boletos e trocam os dados bancários para desviar o pagamento.
Como se proteger: Antes de pagar, confira se o nome,
CPF ou CNPJ do beneficiário bate com o que está no boleto. Se algo parecer
errado, não finalize a operação e entre em contato com a empresa.
8. Golpe da devolução do empréstimo (8 mil casos):
Usando seus dados, golpistas fazem um empréstimo em seu nome e depositam o
valor na sua conta. Depois, fingem ser do banco e pedem que você devolva o
dinheiro via Pix ou boleto.
Como se proteger: Nunca transfira valores sem
confirmar com o banco pelos canais oficiais. Em caso de dúvida, fale
diretamente com a instituição.
9. Golpe da mão fantasma (5 mil): Um falso
funcionário do banco liga dizendo que houve um problema na sua conta e pede que
você instale um app para "resolver". Ao instalar, o golpista acessa
seus dados do celular.
Como se proteger: Desconfie e desligue. Depois, entre
em contato com seu banco pelos canais oficiais, usando outro telefone.
10. Falso motoboy (5 mil casos): O golpista se passa
por funcionário do banco e diz que seu cartão foi clonado. Ele pede que você
corte o cartão ao meio, digite a senha no telefone e aguarde um motoboy para
pegar o cartão para "perícia". O que o cliente não sabe é que, mesmo
cortado, o chip do cartão pode ser usado para transações.
Como se proteger: Desconfie. Nenhum banco pede o
cartão de volta ou envia alguém para buscá-lo. Desligue e ligue diretamente
para o banco para confirmar se houve algum problema.
Dicas para se proteger que valem para todos os golpes:
- Nunca
compartilhe senhas ou dados pessoais por telefone ou mensagens.
- Desconfie
de ligações ou mensagens solicitando informações sensíveis.
- Ative
a verificação em duas etapas em aplicativos e serviços online.
- Evite
clicar em links suspeitos ou fornecidos por fontes desconhecidas.
- Em
caso de dúvida, entre em contato com o banco pelos canais oficiais.
A conscientização e a adoção de práticas seguras são
fundamentais para evitar ser vítima de golpes financeiros.