Com gols de zagueiros, Brasil elimina a Colômbia e pega a Alemanha



Foi duro e brigado, mas com dois gols de zagueiros, a seleção brasileira eliminou a Colômbia por 2 a 1, nesta sexta-feira (04/07), e enfrentará a Alemanha na semifinal. Com impressionantes 54 faltas no Castelão, não é de espantar que os três gols do jogo tenham surgido de bolas paradas.
Thiago Silva abriu em cobrança de escanteio, David Luiz cobrou falta no ângulo e James Rodríguez diminuiu em cobrança de pênalti. Para a semifinal no Mineirão, na próxima terça-feira, Luiz Felipe Scolari não poderá contar com seu capitão, que recebeu o segundo cartão amarelo e está suspenso.

Postura diferente

Depois das críticas e a dúvida levantada pela imprensa brasileira se a Seleção estaria abalada psicologicamente, os jogadores pareciam muito mais concentrados e confiantes nos minutos que antecederam o início do jogo.
E a concentração logo se transformou em uma das principais armas mostradas durante a vitoriosa campanha da Copa das Confederações: a pressão nos primeiros minutos de partida. Logo no sexto minuto, o Brasil abriu o marcador. Neymar cobrou escanteio, e a bola viajou pela área inteira até Thiago Silva, que, de joelho, só teve o trabalho de tocar para o gol aberto.

Este foi o terceiro gol mais rápido marcado pela seleção brasileira em uma fase de mata-mata na história das Copas. Apenas Vavá (dois minutos em 1958) e Ronaldo (cinco minutos em 2006) superaram o zagueiro. Além disso, este foi o primeiro gol feito por um capitão da Seleção desde Raí, na estreia brasileira contra a Rússia, em 1994.

A Colômbia tentou responder rápido – Cuadrado acertou a rede pelo lado de fora aos dez minutos – mas o domínio permaneceu nos pés brasileiros. Neymar esteve menos participativo, o que é um bom sinal, pois as funções estiveram melhor distribuídas em campo.

Marcelo apareceu mais na área, Hulk teve boas chegadas e até o zagueiro David Luiz poderia ter deixado o seu. A pressão exercida colocou inclusive Fred mais no jogo, que, se não fazia o papel de centroavante goleador, atraia a marcação para fora da área, abrindo espaços para Hulk e Maicon. Em um desses lances, Hulk tabelou com Neymar e fuzilou Ospina, que fez boa defesa, aos 19 minutos.

James Rodríguez caçado

As subidas esporádicas da Colômbia sempre passavam pelos pés de James Rodríguez, que foi marcado (e caçado) de perto por Fernandinho. Quando conseguiu escapar, puxou grande contra-ataque, com superioridade numérica, e rolou para Cuadrado. O meia da Fiorentina tentou o passe para Gutiérrez, mas Thiago Silva conseguiu cortar de carrinho.

O jogo era aberto. Paulinho teve boa chance logo na sequência, mas preferiu o drible ao invés da finalização. Aos 27, Marcelo deu belo passe para Hulk na grande área. O atacante cortou com a perna esquerda e bateu cruzado, e o goleiro colombiano espalmou. Nos minutos seguintes, a partida teve uns momentos mais ríspidos, com faltas e discussões em campo, e o árbitro chegou a correr o risco de perder o controle da partida.

O Brasil foi para o intervalo dominando na posse de bola (59%) e nas finalizações (10 a 4) e sabendo que perdeu apenas uma única vez em Mundiais quando terminou o primeiro tempo na frente no marcador. Principalmente o goleiro Júlio César deve se lembrar desta ocasião, pois foi justamente na última derrota brasileira em Copas: 2 a 1 para a Holanda, em 2010.

O Brasil decidiu não começar no pressionando na segunda etapa e preferiu determinar um ritmo mais lento ao jogo. O mais lúcido no ataque brasileiro continuava sendo Hulk e do outro lado, finalmente, um lateral-direito atuou como um lateral-direito.

Do lado colombiano, James Rodríguez sofria com o rodízio de faltas, e seu companheiro Cuadrado não conseguia fugir da marcação. O jogo era bastante faltoso, mas o árbitro espanhol decidiu manter o cartão amarelo em diversas oportunidades no bolso.

Bola parada decisiva

Quando foi jogado futebol, as melhores chances acabaram sendo através de bolas paradas. Após uma dessas cobranças, Ospina ficou com a bola e tentou sair rápido, mas foi impedido por Thiago Silva, que recebeu o cartão amarelo. Uma ação desnecessária e que o tirou da semifinal contra a Alemanha.

O árbitro espanhol Carlos Velasco Carballo ia se complicando com marcações erradas, a falta de cartões amarelos nas horas certas e ia irritando os jogadores em campo. E na 43ª falta do jogo, David Luiz acertou um petardo no ângulo de David Ospina. Um golaço que lembrou as cobranças do brasileiro pelo Chelsea, da Inglaterra.

O garoto prodígio James Rodríguez resolveu aparecer para o jogo nos últimos 15 minutos. Aos 32, ele lançou Carlos Bacca, que foi derrubado por Júlio César. Pênalti claro, que o jovem de 22 anos converteu com categoria, deslocando o goleiro brasileiro para o canto oposto.

Foi o sexto gol de James Rodríguez nesta Copa, se isolando ainda mais na artilharia da competição – Messi, Neymar e Thomas Müller possuem quatro. De quebra, ele se tornou o segundo jogador mais jovem a marcar ao menos seis gols em Copas, atrás apenas de Pelé. Dois minutos depois, Carlos Bacca, em posição irregular, quase empatou.

A apreensão ficou por conta de Neymar, que recebeu uma joelhada nas costas e foi tirado de maca do gramado diretamente para o vestiário. Com 54 faltas, a partida a mais faltosa da Copa.

Após o apito final, James Rodríguez era o mais inconsolável em campo e chegou a ser amparado por jogadores brasileiros. David Luiz chegou a apontar para o jovem colombiano pedindo os aplausos da torcida. Grande gesto.

Ficha técnica

Brasil 2 x 1 Colômbia

Local: Estádio Castelão, Fortaleza
Arbitragem: Carlos Velasco Carballo (Espanha), auxiliado por seus compatriotas Roberto Alonso Fernández e Juan Yuste.
Gols: Thiago Silva (6'/1T), David Luiz (23'/2T), James Rodríguez (pen. 33'/2T)
Cartões amarelos: Thiago Silva (18'/2T), James Rodríguez (21'/2T), Mario Yepes (26'/2T), Júlio César (32'/2T)

Brasil: Júlio César; Maicon, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo; Fernandinho, Paulinho (Hernanes 40'/2T), Hulk (Ramires 37'/2T), Oscar, Neymar (Henrique 43'/2T); Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Colômbia: David Ospina; Juan Zúñiga, Cristian Zapata, Mario Yepes, Pablo Armero; Fredy Guarín, Carlos Sánchez, Juan Cuadrado (Juan Quintero 39'/2T), Victor Ibarbo (Adrián Ramos 1'/2T), James Rodríguez; Teófilo Gutiérrez (Carlos Bacca 24'/2T). Técnico: Jose Pekerman.

Agências de Notícias

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