Mais uma vez o GP de Cingapura foi de muita emoção, exigindo
de equipes e pilotos muita competência e perícia. Lewis Hamilton, da Mercedes,
contou neste domingo (21/09) com tudo isso, sem dizer que contou com a sorte,
já que seu companheiro de equipe Nico Rosberg teve um problema logo de cara que
o tirou da disputa. Uma falha eletrônica deixou o carro do alemão parado no
grid no momento da volta de apresentação; levado aos boxes, ao menos largou. Já
o brasileiro Felipe Massa soube parar na hora certa, contou com a competência
da equipe nas trocas de pneus e soube poupar o equipamento até o final da
corrida ficando em 5º.
Hamilton caminharia para uma vitória mais do que tranquila
não fosse a entrada do safety-car na metade da corrida. Um toque entre Adrian
Sutil e Sergio Perez forrou a pista de detritos de carro, e o inglês perdeu
toda a vantagem que tinha para as Red Bull e Alonso, tendo de parar mais uma
vez para trocar os pneus. Passou a ter de andar em ritmo de classificação com
calçados desgastados. A oito voltas do fim, foi aos pits e retornou atrás de
Sebastian Vettel. Não levou mais do que duas voltas para retomar a primeira
posição.
Com os 25 pontos, Hamilton assumiu a liderança do Mundial de
Pilotos, algo que só havia conseguido depois do GP da Espanha, o quinto da
temporada. A vantagem sobre Rosberg é de meros 3 pontos.
Vettel, então, acabou na segunda colocação e Daniel
Ricciardo, que comboiou o parceiro durante a corrida toda. Fernando Alonso, com
uma rapidíssima Ferrari, chegou logo atrás. Felipe Massa não tinha o ritmo dos
ponteiros e fez o que pôde, conduzindo a Williams ao quinto posto.
Confira como foi o GP de Cingapura de F1
Primeiro de tudo, o carro de Rosberg parado no grid deu um
novo indício de que a sorte de Hamilton de fato mudou desde o incidente entre
os dois em Spa-Francorchamps. Já se observava desde a saída para o grid que o
alemão tinha algum tipo de problema, e isso se confirmou quando foi dada a
liberação para a volta de apresentação e aquecimento de pneus. Seu carro foi
levado para os boxes.
O tal giro também apresentou um segundo problema: o pobre
Kamui Kobayashi parou com o paupérrimo carro da Caterham em uma das vielas do
circuito de rua, nem largando, pois. Uma fumaça no carro apontava para um
problema de motor.
Na largada em si, Hamilton se manteve na ponta sem muitos
problemas enquanto Vettel, com caminho livre à frente, emparelhou com Ricciardo
e levou a segunda posição na freada da curva à esquerda. Em paralelo, Alonso
tentou dar o bote e passou reto na área de escape. Na sequência, devolveu o
posto, mas apenas para Vettel. A direção de prova achou tudo normal.
Mais atrás, Räikkönen passou Massa, que chegou a perder
posição para os dois carros da McLaren. Mas a agressividade inerente de Kevin
Magnussen com o próprio companheiro levou ambos a escaparem em uma determinada
curva, deixando o caminho livre para a retomada do sexto lugar para o
brasileiro.
Enquanto isso, Rosberg denotava ter vida difícil: suas
marchas pulavam do nada, e o jeito era andar no ritmo de Caterham ou Marussia.
A Red Bull avisou a Ricciardo que seus freios dianteiros
estavam muito quentes. “Parte nosso coração pedir isso”, foi o que precedeu o
pedido para ficar longe do vácuo. Na era das mensagens limitadas, foi algo
tocante. Logo depois, a Toro Rosso avisou Jean-Éric Vergne que Daniil Kvyat
atacaria Magnussen. Aí já parecia impróprio. Mas a FIA deixou passar.
Com dez voltas, já dava para dizer que Rosberg não iria
muito longe. O líder do campeonato ainda estava na 19ª colocação, atrás de
Marcus Ericsson. O carro simplesmente não acelerava, claramente com problemas
graves no sistema eletrônico.
O primeiro dos ponteiros a parar foi Massa, que acabou
levando a posição de Räikkönen. Na volta 14, foi a vez do líder Hamilton ir aos
pits, colocando como todos mais um jogo de pneus supermacios, sem problemas ou
dores de cabeça. No giro seguinte, foi a vez de Rosberg.
Bom, Rosberg sequer conseguia colocar o carro em ponto
morto. Os mecânicos trocaram o volante, central do sistema eletrônico do carro,
mas não resolveu. Ligou, desligou, religou, nada feito, e foi melhor parar.
Outro que não teve sorte grande foi Gutiérrez: com problemas
elétricos na unidade de força, acabou parando. E não muito feliz: ao descer do
carro da Sauber, arremessou suas luvas longe no canto dos boxes. Deu um piti
digno de tragicomédia mexicana — ou Chaves.
Com o andar da carruagem, a Red Bull percebeu que Vettel não
conseguiria competir com Hamilton e pediu ao alemão que administrasse seus
pneus e o consumo de combustível. Enquanto isso, Alonso começava a se aproximar
para tentar brigar pelo segundo lugar.
A volta 23 marcou o início da segunda parada nos boxes, e
Massa foi quem a abriu, pondo pneus macios. Na jogada dos pits, Vettel parou
depois de Alonso, permitindo ao #14 assumir a terceira colocação. Hamilton fez
uma parada de 4s7, lenta, com a Mercedes buscando uma sujeira na asa dianteira
direita. Ainda assim, o inglês voltou sem maiores dramas — coisas de quem tinha
gordura para queimar.
Hamilton, então, resolveu que era a hora de andar rápido e
fez a volta mais rápida da prova em dois giros consecutivos: 1min51s405 passou
a ser o melhor até então.
Duas passagens depois, na 31, a câmera mostrou a frente de
Pérez estraçalhada. Foi na disputa com Adrian Sutil, depois do mexicano parar
nos boxes. O piloto da Sauber espremeu o da Force India, houve o choque e gerou
detritos para tudo que fosse lado. O safety-car foi acionado.
Antes que o carro de segurança entrasse na pista, Alonso
trocou supermacios por macios, encurtando sua seção entre as paradas dois e
três. O espanhol, então segundo, voltou para a quarta colocação, mas com pneus
mais novos. A Mercedes resolveu deixar Hamilton na pista, bem como a Red Bull
com sua dupla.
A relargada veio na volta 38, e Alonso era quem tinha os
pneus mais novos entre os primeiros colocados. Hamilton, de supermacio, teria
de parar mais uma vez. Sabendo disso, logo virou 1min50s417.
Enquanto Alonso começava a atacar Ricciardo pela terceira
colocação, Vettel não conseguia seguir o ritmo de Hamilton. No giro 45, o
britânico já colocava 17s3 de diferença, mesmo com pneus supermacios já gastos.
Pela sexta posição, Jenson Button começou a atacar
fortemente um Valtteri Bottas que tinha problemas hidráulicos. E Kimi
Räikkönen, colado no britânico, tentava se aproveitar. A briga pela P6 deixava
Massa abrir na quinta colocação, ficando numa corrida só dele. À frente, os
quatro primeiros já estavam bem distantes. No entanto, com pneus já utilizados
por 27 voltas — quando o 50º giro chegou —, o piloto da Williams já não conseguia
rodar abaixo de 1min55s.
Na briga pela frente, a volta 50 contou com Alonso andando
1s mais rápido que Vettel e 0s2 melhor que Ricciardo. Na 51, tanto o espanhol
quanto o australiano eram mais rápidos que o alemão, mas não o ameaçavam
propriamente. Com 25s2 de frente, Hamilton parou rapidamente na 52 para trocar
um jogo de pneus que já durava 30 voltas. O trio de frente se aproximava, mas o
trabalho da Mercedes mandou o britânico de volta à pista atrás apenas de um
Vettel de pneus já bem velhos.
Logo na volta 54, Hamilton passou por Vettel sem dar
qualquer chance de apelo, acalmando uma situação que chegou a parecer
dramática.
Ainda no ataque a Bottas, Button viu seu sistema eletrônico
dar pane, sendo obrigado a encostar o carro e encerrar seu dia. O campeão de
2009 conseguiu parar a McLaren em lugar seguro, evitando mais uma entrada do
safety-car.
Então, a direção de prova subiu o relógio para um GP de
Cingapura que acabaria pelo relógio. Duas horas completadas, e Hamilton pôde
dar a volta derradeira. Corrida absolutamente irretocável do novo líder do
Campeonato Mundial de F1. Agora, são 241 pontos de Hamilton contra 238 de
Rosberg.
Vettel conseguiu se segurar no segundo posto sem ser
realmente atacado apesar da distância muito pequena para Ricciardo e Alonso,
terceiro e quarto colocados, respectivamente. Massa, em grande corrida,
conseguiu manter seu jogo de pneus por 37 longas voltas e encerrou no quinto
lugar.
Vergne terminou no sexto lugar, mas com uma punição de 5s na
bagagem por exceder os limites da pista em disputa de Maldonado, caiu para
nono. Pérez herdou o sexto, Räikkönen, o sétimo, e Hülkenberg, o oitavo.
Magnussen encerrou o top-10. Bottas, que na última volta acabou escapando com
um carro impraticável de ser guiado, caiu para o 11º posto.
A F1 volta em duas semanas, dia 5 de outubro, com o GP do
Japão.
Veja a classificação completa do GP de Cingapura:
1. Lewis
Hamilton (ING/Mercedes)
2.
Sebastian Vettel (ALE/Red Bull)
3. Daniel
Ricciardo (AUS/Red Bull)
4. Fernando Alonso (ESP/Ferrari)
5. Felipe Massa (BRA/Williams)
6. Jean-Éric Vergne (FRA/Toro Rosso)*
7. Sergio Pérez (MEX/Force India)
8. Kimi
Räikkönen (FIN/Ferrari)
9. Nico
Hulkenberg (ALE/Force India)
10. Kevin
Magnussen (DIN/McLaren)
11. Valteri
Bottas (FIN/Williams)
12. Pastor
Maldonado (VEN/Lotus)
13. Romain
Grosjean (FRA/Lotus)
14. Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso)
15. Marcus
Ericsson (SUE/Caterham)
16. Jules
Bianchi (FRA/Marussia)
17. Max
Chilton (ING/Marussia)
*sofreu punição e deve perder posições
Não completaram: Jenson Button (ING/McLaren), Adrian Sutil
(ALE/Sauber), Esteban Gutiérrez (MEX/Sauber), Nico Rosberg (ALE/Mercedes),
Kamui Kobayashi (JAP/Caterham)
MSN
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